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Diego Eifller

Em 2024 a Secretaria Municipal de Educação realiza o planejamento das ações pautadas em três pilares fundamentais: inclusão, equidade e inovação. E em sintonia com essa iniciativa, ocorreu entre os dias 04 a 06 de março a formação continuada do projeto pedagógico inclusivo “O mundo de Theo”, no teatro municipal de Primavera do Leste.

“A Prefeitura abraçou esse projeto e mobilizou os professores à compreenderem o mundo a partir da perspectiva de uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e planejar atividades diferenciadas a serem desenvolvidas em sala de aula para que os colegas dessas crianças também possam entender as necessidades básicas de uma criança com TEA”, explica a palestrante do evento e educadora, Fabiana Cáceres.

Cada dia do evento foi reservado para diferentes profissionais que atuam nas escolas. No primeiro, participaram professores da pré-escola e primeiros anos. No dia 05 de março, a ação foi direcionada aos coordenadores e diretores das unidades escolares. No último dia, a formação foi voltada aos profissionais que atuam do segundo ao quinto ano, além de educadores físicos.

A equipe organizadora estima que passaram pela formação em média 500 professores e gestores. Além dessa jornada presencial, também será disponibilizada uma formação online para os educadores.

Fabiana comenta sobre o comprometimento dos professores durante o evento. “Percebi o quanto eles estavam interessados em ampliar os conhecimentos sobre o tema autismo, entender mais sobre inclusão e reconhecer a adoção de novas estratégias para serem trabalhadas em sala de aula”, exclama.

A coordenadora da clínica Anjo Azul, Tamara Barreto e a psicóloga e diretora da instituição, Renata Polato, também estiveram presentes na formação. “Não é apenas sobre autismo, é sobre a construção de um mundo melhor, com mais respeito, empatia e sem preconceitos”, expõe Tamara.

“Esse movimento da formação que está sendo feito aqui é necessário e importante, ainda está no início, mas diferente de outros municípios que não desenvolvem ações nesse sentido, a cidade está na frente”, pondera Renata.

Mais do que integrar, incluir

O projeto “O mundo de Theo” tem por objetivo explorar estratégias pedagógicas inovadoras. E ainda colaborar para a construção de um ambiente inclusivo e saudável, tanto dentro como fora da escola, estimulando professores, estudantes e familiares a agir de maneira adequada e respeitosa com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“A iniciativa é inédita não só na cidade como também no Estado. E toda a comunidade se beneficia com uma educação de qualidade e inclusiva”, pontua a secretária de Educação, Adriana Tomasoni.

“Essa é uma bandeira que nós começamos a levantar com mais propriedade esse ano e continuaremos nos próximos anos em busca de uma sociedade mais equânime e acolhedora”, afirma o prefeito Leonardo Bortolin.

Por dentro do “Mundo do Theo”

O material adquirido pela prefeitura explora o mundo de Theo, uma criança com TEA que precisa residir em outra cidade e lidar com as sensações e emoções da mudança de rotina, de casa e de escola. Nessa jornada, Theo conta com a ajuda da professora e dos colegas de sala de aula.

São dois kits pedagógicos, um destinado aos educadores e outro às crianças e familiares. Os professores receberão um encarte (material de apoio) e dois folders para serem trabalhados na escola.

Já os estudantes vão receber dois livros, um literário “O fantástico navio do capitão Theo”, indicado para estudantes do 2º ao 5º ano e o “Todos a bordo”, endereçado aos familiares. Nesse último, há o espaço de reflexão “momento para a família”, em que os membros podem refletir e responder questões como acolher mães de crianças com TEA, por exemplo.

“As famílias devem ser parceiras nesse processo de inclusão, assim como no processo educativo com um todo”, propõe a coordenadora da educação infantil no município, Syler Nogueira.

O material auxilia os grupos familiares para que compreendam a trajetória de uma família que tem uma criança com TEA. E em consequência, busca dissolver possíveis preconceitos que possam existir com relação às crianças atípicas.

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